terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A ditadura da mídia - Parte 2


Nossa necessidade diária de estar atualizado pelas últimas notícias é que, juntamente com elas, absorvemos também certos padrões de pensamento que passam despercebidos. Para fazer valer suas asserções e manter o leitor sempre interessado, os jornais utilizam estratégias sutis e manipulativas que podem até mesmo distorcer os fatos e comprometer nossa capacidade de avaliar a realidade. Parece exagero? Não é.
Um exemplo mais recente é o modo como é apresentada a imagem do presidente Michel Temer na maioria dos jornais: um ar sonolento e dúbio, que chega a aparentar não estar bem de saúde. Da mesma forma acontece com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sempre selecionado nas piores poses possíveis.
Mas o mais danoso para os consumidores da notícia é, sem sombra de dúvida, o mau raciocínio empregado na elaboração do seu conteúdo. Os terapeutas comportamentais apresentam algumas classes de pensamento distorcido, e estas podem ser facilmente identificados nas notícias nacionais e internacionais em função do partidarismo dos nossos veículos de comunicação. Vejamos os mais danosos deles:

1. Catastrofismo

O catastrofismo é um padrão de pensamento distorcido que consiste em fazer com que um pequeno aspecto negativo de um fato tome proporções exageradas, levando a imaginação a todos os tipos de resultados desastrosos que podem advir deste episódio. Esse tipo de pensamento esteve muito presente nas notícias que acompanharam o processo de impeachment da então presidente Dilma Roussef.


Nessa época, jornais tentavam amedrontar a opinião pública com a possibilidade de fim da democracia ou da estabilidade do país. O mesmo acontece agora com a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos. Para quem procura se manter atualizado somente através da imprensa americana, Donald Trump é um racista, comparável a Adolf Hitler, cuja eleição ameaça destruir a democracia americana, arrasar a economia e, eventualmente, provocar a III Guerra Mundial. Sem citar qualquer evidência para essas afirmações, a mídia joga com a mente do leitor livremente, sem responsabilizar-se pelas consequências. Obviamente, à luz da história e do tempo presente, podemos perceber que tais fatos não se concretizaram.


Nesse rumo, considero que o papel das mídias atuais tem sido desempenhado de forma cada vez mais abusiva e agressiva, contribuindo muito para o clima de desânimo geral que em nada contribui para a superação das atuais crises.


Nenhum comentário:

Postar um comentário